sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Meu presente de aniversário, parte 2


É... nos meus 41 anos, eu queria mesmo ver sangue e agulhas! Para completar meus autopresentes, hoje me tatuei com um amigo das antigas, que era da Manchete: Xico Magalhães! Foram duas horas levando agulhadas, mas valeu a pena. Gostei muito do resultado...
Há tempos eu queria tatuar estrelas no meu corpo, simbolizando meus filhos: duas que tive, um (ou uma) que não pude ter. Vasculhei a Internet buscando algum desenho diferente de estrelas. Missão quase impossível... Tudo muito igual. Daí achei o desenho que você vê agora na minha pele e fiquei meses paquerando ele (olha o português errado, rsrs!) na tela do meu computador. Estava esperando chegar meu niver para me presentear.
E o dia chegou... Mas optei por doar sangue no dia 24 e hoje, finalmente, me entreguei à mão leve e experiente do Xiquinho. A estrela grande, rosa, sou eu. As azuis, menores, meus filhos. E as pequenas estrelas pretas simbolizam meus sobrinhos adorados e todas as crianças que se aproximam de mim nessa encarnação (e olha que são muitas!!!!!). Sete estrelas ao todo... Sete, o número de Deus!
Tatuagem é paixão. É vício! Esta não foi a minha última, rsrsrs!
Se você quiser ter arte na pele, procure o Xico! Ele é fera!!!!! Contato: (21) 9573-4928.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Meu presente de aniversário

Dia 24 de fevereiro finalmente chegou e pude executar o plano que vinha mancomunando há semanas. Um plano malígrino, como diria Bento Carneiro, o vampiro brasileiro. Um ato que deixaria o tal vampiro com água na boca. Hummmmmm... Sangue! Eu queria ver sangue no dia do meu niver. O sangue do bem!!!!

E foi assim que logo cedo rumei para o Hospital Municipal Cardoso Fontes, pertinho da minha casa. Ao entrar, fui seguindo as gotas espalhadas pelo chão, que me conduziram até um guichê onde uma moça simpática me atendeu:

Vai doar? Para quem?

Pra ninguém disse eu, atrapalhada. Quer dizer, pra ninguém especificamente.

Doação voluntária. Maravilha! comemorou a atendente.

Esperei um bocado até chegar a minha vez, mas valeu a pena. No dia do meu aniversário, no dia em que ganhei a vida há 41 anos, lá estava eu para agradecer a Deus por minha saúde doando algo que tinha de muito precioso: o meu sangue. E através deste ato tão simples salvei três vidas! Sim, três vidas!!!!! Quem foram os beneficiários? O que me importa!

Por todos os atendentes que passei, fui muitíssimo bem tratada. Aliás, em todos os locais que já doei sangue anteriormente o mesmo aconteceu. Doar sangue é um ato de amor. E as pessoas que trabalham na coleta costumam ser bem amorosas.

Foi com carinho, então, que o “coletor de sangue” (meu Deus, como chama esse importante profissional?) aceitou tirar uma foto comigo enquanto eu doava. Jorge salve simpatia! chamou a colega da recepção para clicar e fez pose para a minha lente. Valeu!!!! Ele perguntou qual era minha profissão. Disse: jornalista. “Logo vi. Gente cara-de-pau, entrona e chata!”, retrucou Jorge.

Só rindo! É isso mesmo... E é por ser cara-de-pau e chata que estou postando o que fiz hoje aqui. Para tentar convencer vocês, meus queridos leitores, a fazerem o mesmo. Na parede do Banco de Sangue, havia um cartaz escrito: “Entre para a corrente sanguínea. Doe sangue e convide alguém a doar.” Pois é, pessoal... Esse é o meu objetivo. Não é para ninguém ficar falando “ah, como ela é boazinha!” e sim para fazer um convite a quem me lê agora: assim que puder, doe sangue também!!!

No site do Hemorio (www.hemorio.rj.gov.br), você vai encontrar todas as informações e, o melhor, o local mais próximo de sua casa. Foi assim que eu cheguei até o Cardoso Fontes. E saí de lá tão feliz, mas tão feliz, que valeu como o presente de aniversário que dei a mim mesma. E a mais três pessoas, não esqueçam.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mulheres de 40, essas gulosas!


Essa semana, faço 41 anos. E, na semana passada, recebi um pps intitulado “Mulheres com mais de 40 (escrito por um homem)”. Não sou de abrir esses arquivos, mas não resisti. Afinal, o papo era comigo: mulher com mais de 40... Bem, o texto era legalzinho (brabo foi aturar o Roberto Carlos cantando ao fundo o clássico brega Mulher de 40). Fazia mil e um elogios às representantes femininas dessa faixa etária: seguras, não ciumentas, que sabem o que querem, que fazem (e falam) o que têm vontade, que não perdem tempo com homens possessivos, etc., etc., etc.

Bem, fechei o pps me sentindo PODEROSA. Caraca, eu sou isso tudo e nem sabia! Mas e quanto às minhas inseguranças profissionais? E quanto aos meus anseios conjugais? E quanto às dificuldades de lidar com a filha adolescente? E quanto a esse corpitcho que insiste em me lembrar: “sim, você tem 40!”? E quanto a essas ruguinhas e manchas que estão surgindo na minha pele? Parem o tempo que eu quero voltar aos 20 anos!!!!!

Mentira, quero nada!!! Se tem algo que eu curto em minha vida é o momento atual. Lembro com nostalgia de quando era criança, de quando era adolescente, de quanto iniciei minha vida adulta. Mas não tenho vontade alguma de voltar atrás. Só almejo caminhar sempre em frente... até quando der. Vou tentando construir no hoje coisas boas justamente pra poder envelheSER (com s mesmo!) a cada dia mais relax.

No meu hoje, como mulher de 40 (quase 41), eu me sinto realmente envelheSENDO. Curso a segunda faculdade, treino vôlei, faço pilates, caminho, patino de vez em quando, namoro o maridão, vou ao cinema sempre que posso, danço quando tenho oportunidade, saio com os amigos sempre, passeio com minhas filhas, trabalho minha espiritualidade, navego muito na Internet, tenho um blog, twitto, ouço música, leio bons livros... Tá certo que, além de fazer tudo isso, tenho que trabalhar bastante, pagar contas, cuidar da casa sem folga, ir ao supermercado, frequentar consultórios médicos, fazer dieta (ai, dieta...), ficar de olho no dever de casa das filhas... Nada é perfeito, né? Não, tudo é perfeito!!!!

Acho que a mulher de 40 é isso aí: esperta! Consegue dosar o lado chato da vida com a delícia de viver. Se uma hora está lavando louça, na outra está calçando o tênis e indo dar uma caminhada com o Iphone no volume máximo. Se pela manhã está acordando com a cara amassada porque dormiu tão pouco, à noite está indo pro barzinho toda linda bater papo com os amigos. Sei lá... parece que já viveu muito, mas quer viver mais ainda. Parece que se não fizer isso tudo agora, daqui a pouco vai ter 50, 60, 70 anos... Aí talvez seja hora de desacelerar. (Ou não! Daqui a dez anos eu te conto.)

Bem, não sei se todas as mulheres de 40 são assim. Aceleradas, intensas, gulosas pela vida. Também não sei se todas são como o texto do tal homem que escreveu sobre esta faixa etária. Só sei que EU SOU ASSIM. Sigo minha caminhada sabendo que estou envelheSENDO a cada dia – mais SENDO do que ENVELHEN. E tem que haver prazer nisso. Em qualquer idade...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O beijo no Bola Preta


Foram praticamente 365 dias esperando. E finalmente fevereiro chegou outra vez, trazendo o carnaval. Para eles, havia uma tradição: sábado pela manhã, batiam ponto no Cordão do Bola Preta. Há 18 anos a cena se repetia. No meio do bloco mais tradicional do Rio de Janeiro, naquela muvuca de alegria, trocavam um beijo. Um beijo apaixonado. O único que se permitiam dar fora de quatro paredes.

Pra que esconderem do mundo aquele amor? Por muito tempo foi assim. Ninguém sabia. Mas quase todo mundo suspeitava. Estavam sempre juntos, numa amizade sem fim. Onde um ia, lá estava o outro. Quando um chorava, era no ombro do outro que recostava. Quando um sorria, encontrava no sorriso do outro os ecos da felicidade. Nada os separava. E, quer saber, a vida não teria a menor graça se não houvesse esses dois juntos!

O problema é que os hipócritas de plantão não gostavam de vê-los juntos. Casalzinho mais esquisito... Porém, o mais verdadeiro. Eles sempre temperaram a relação com todos os ingredientes que garantem o sucesso de qualquer casamento: companheirismo, fidelidade, amizade, tolerância, admiração mútua, tesão, paixão. E, claro, essa paixão se tornou um amor profundo. Daquele tipo que cria um elo tão forte que nem um raio é capaz de partir. Um amor colado com superbonder pra durar por toda a vida – e além da vida.

Foi então, sob confetes e serpentinas, que eles colaram seus lábios. Sem máscaras. Sem medos. Ninguém reparou, ninguém se importou. Todos ali viram que eles não eram ele + ela. Eram ele + ele. E que problema há nisso? É carnaval!

O Bola Preta chegou ao fim. E com ele chegou ao fim também o que nunca deveria deixar de existir: o respeito a dois seres que se amam tanto, que são exemplo de dignidade a todos que os cercam e conhecem seus segredos. Assim como eles há muitos por aí. Eles, elas... Sempre houve... Já está mais do que na hora de os casais de iguais serem acolhidos. No carnaval, na Páscoa, no Natal... Em todos os dias do ano! Sem paranoias, sem preconceito. Com consideração!

Onde há amor, há valor. E estes dois foliões do Bola Preta têm o maior valor do mundo. Eles têm um ao outro... para sempre.


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tem que ter peito pra pedir à estrela


Como todas as noites daquele verão tórrido, ela deitou para dormir com a janela da varanda completamente aberta e com as cortinas escancaradas, pouco se importando se despertaria junto do sol. A cama de casal estava vazia. Como vinha sempre acontecendo, apesar de ter um companheiro. Aconchegou-se nos travesseiros, passando a perna sobre o mais alto de todos. Parecia um corpo masculino. Mas não era. Do andar alto onde morava, conseguia ver o céu. E as estrelas. As noites quentes andavam muito estreladas.

Era incapaz de fechar os olhos sem antes admirá-las. As estrelas... Como era mágico morar na cidade grande e poder vê-las da janela do quarto... Eram momentos de reflexão pré-sono. Olhava aqueles brilhinhos e pensava no quanto sua vida vinha brilhando, ou não. Às vezes pensava nele. Às vezes pensava no outro. Alguém que fantasiava, mas não concretizava. Nessa noite, pensava no outro. E foi então que do céu rasgou uma luz. Uma pequena luz que, em poucas frações de segundo, se fez entender. Uma estrela cadente! Uma estrela cadente na cidade grande, numa noite calorenta e incômoda. Um verdadeiro milagre...

E ela fez um pedido. Tinha que ser rápida, ditava a superstição. Eu quero ser feliz com... com... pensa rápido, pensa rápido! ... com meu marido.

Havia pedido o óbvio. Não teve coragem de formular seu desejo mais íntimo. Aquele desejo que ninguém precisava saber. Só a estrela. Seria um segredo entre as duas e se a estrela quisesse realizar... ah, isso seria problema dela.

Por que agira assim? Por que havia preferido a segurança do matrimônio às terras trêmulas de uma nova paixão? Ainda que fugidia, ainda que apenas para sentir o seu sabor.

Talvez tenha acreditado que a estrela pudesse ler sua alma e fazer uma louca simbiose entre o que ela sente por ele e o que sente pelo outro. Trazer a paixão para dentro da estabilidade conjugal. Causar um terremoto seguido de tsunami pra sacudir aquele casamento e lhe jogar um balde de água fria. Desperta, brasa adormecida. Você ainda está aí.

Talvez... talvez... O fato é que não teve coragem. E agora tinha que se dar por satisfeita.

Ainda assim, sempre ao ir dormir durante as noites quentes que lhe restavam daquele verão, ficava de olhos bem abertos. Poderia ser que outra estrela cadente viesse lhe conceder um desejo. Haveria de ser mais corajosa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Acorda, Ana Prôa!!!!!

Num domingo comum, chego em casa no final do dia após um churrasco com a família. Tomo um banho pra tirar aquela atmosfera carregada de fumaça de carne com carvão e pra banir de vez os efeitos etílicos de algumas latinhas de Skol. Mal vesti uma roupa, sento confortavelmente na minha cama com meu laptop. Ô vício danado! Já fazia muitas horas que eu não checava meus e-mails ou dava uma twittada... Daqui a pouco teria delirium tremens. Mas a tremedeira aconteceu mesmo após eu injetar a Internet na minha veia. Na minha caixa postal, estava: novo comentário em seu blog feito por... Thalita Rebouças!!!

Como assim???????? Custei a acreditar. Será que o efeito Skol não tinha passado? A escritora ícone dos adolescentes havia lido meu blog??? Só podia ser um perfil falso. Li o que a suposta Thalita havia escrito: “Adorei seu blog. Continue escrevendo e sonhando e, acima de tudo, acreditando. Obrigada por mencionar meu nome de forma tão carinhosa no seu blog. Vou visitar mais vezes. Beijo enorme, Thalita Rebouças.” Apesar de fazer sentido porque eu, realmente, havia feito um post no ano passado sobre a Bienal e citei o sucesso da moça, ainda duvidava da veracidade da mensagem. Cliquei no nome que havia feito o comentário e fui encaminhada para uma página que trazia os dados da escritora e conduzia para o seu blog. Meu sangue começou a esquentar. Cliquei no link para o blog... ERA ELA MESMO!!!! O sangue explodiu dentro do meu corpo e eu comecei a pular de alegria.

Gritava: putaqueopariu, putaqueopariu, putaqueopariu!!! Meu marido e minhas filhas me olhavam sem entender nada. Minha filha caçula chiou: “Para de falar palavrão, mãe!” Não conseguia! Estava radiante! Mas quem é Thalita Rebouças, eles perguntavam. É a autora daqueles livros que vocês sempre falam que querem ler. Um tal de fala sério, mãe, fala sério, pai... “E Fala sério, amiga”, lembrou minha caçulinha! Isso, isso!!!! FALA SÉRIOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!

Meu marido ainda fazia cara de não entender nada. A ficha já tinha caído pras minhas filhas e elas ficaram felizes e rindo da minha explosão quase juvenil. Falei pra ele – que é fissurado em veleiros – que o fato de Thalita Rebouças ler e comentar no meu blog seria a mesma coisa que Lars Grael virar pra ele e dizer: “Pô, você veleja bem, cara!” Aí meu marido compreendeu...

Difícil entender a mão invisível que fez meu blog chegar ao conhecimento de Thalita. Deve ter sido o Santo Google... O fato é que meu blog anda superdesvitalizado porque eu mesma, como escritora, ando sem energia. Mas acho que deve realmente existir algo maior – e não estou me referindo ao Google – que fez com que esta escritora tivesse tido o ímpeto tão especial de escrever algumas palavras de incentivo para mim. Palavras que me fizeram refletir que um sonho nunca deve ser esquecido. E que me fizeram lembrar que eu tenho um talento a ser usado... sempre...

O despertador tocou na minha mente: ACORDA, MULHER!!!!!!!!!

Uaaahhhhhhhhhh... Bocejei... E como a bela adormecida do bosque, desperto de um longo sono que havia congelado minha inspiração...

Obrigada, Thalita, por ter me dado o “beijo” que eu precisava para despertar.