quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O meu sangue ferve por um careca

Nunca diga dessa água não beberei... E isso posso garantir, com grande conhecimento de causa, a qualquer mulher que ousar dizer que os carecas jamais serão merecedores de seus olhares apaixonados. Tá certo que, no clima de azaração, os olhos da mulherada tendem sempre a pender pro lado de um cabeludo do que de um careca. Mas, se você se permitir conhecer um, cuidado: o cupido pode te flechar.
Passei minha adolescência e início da fase adulta achando todo e qualquer careca um ser desprezível, de outro planeta. Pra mim, coitados, aqueles homens deviam ter um carma muito pesado para terem perdido seus fios tão cedo... Até que, aos 23 anos, conheci o Rômulo. Um cara malhado, gostoso... e com cabelos abaixo do pescoço. Nossa, ele me causou um outro efeito aversivo que sempre tive: falta de tesão por homens de cabelos compridos (e também por homens de terno e de farda, mas esse tema fica pra outro post...). Alguns meses depois, surpresa! Esse (então) amigo passou máquina 1 nos fios. Foi amor à segunda vista! Se Sansão perdeu a força quando Dalila cortou seus cabelos, o efeito contrário aconteceu comigo... Rômulo ganhou força e um lugar no meu coração. O qual ocupa há 15 anos...
A partir de então, tudo mudou no meu faro feminino. Descobri um novo universo de masculinidade que não passava necessariamente por uma vasta cabeleira. Bruce Willis foi o primeiro... Gente, o que era (e ainda é) aquele homem????? Adorava vê-lo em todo e qualquer filme, sobretudo naqueles em que ele aparecia sem roupa. Era duro de olhar... 1, 2, 3, 4...
Depois veio aquela moda dos que estão começando a perder os fios aderirem à gilete. Nossa, nunca fui tão grata assim a um modismo... O que é Marcello Antony de cabeça raspada? E Malvino Salvador? Uiiiiiiiiiiiiii!!!! Alguém tem um leque aí pra me abanar? Há também os gatos que estão começando a perder os fios, mas não perdem a formosura. Bons exemplos são Nicolas Cage e Jude Law. Continuando por Hollywood, Sean Connery é um exemplo de coroa charmoso. Mas esse, sei não... Andou aparecendo com implante em seus últimos filmes, mostrando que nem ele é chegado num careca. Preconceito puro!

Passando pro esporte, o fato é que, no Brasil, a maioria dos jogadores de futebol carecas são feios pra chuchu. Melhor nem dar nome aos bois, pra evitar qualquer processo de calúnia e difamação contra mim. Na natação, porém, temos um espécime raro: o Xuxa. Gatinho com ‘g’ maiúsculo. Partindo pro futebol internacional, o deus David Beckham já andou raspando os cabelos, embora não seja exatamente um careca. Deu prova de que é bonito de qualquer jeito. E tem um francês... um carequinha chamado Zidane... Ah, esse que se dane!

Para terminar minha singela listagem, vou falar de um amigo, grande blogueiro (http://mordeeassopra.blogspot.com/) que, em seu último post, homenageou as gordinhas (categoria em que me encaixo) e, por isso, está tendo minha homenagem em retorno. Fernando Freire Jr., meu brother, é um ótimo representante da categoria ‘carecas cheios de charme’.
E se você ainda não se convenceu de que há muita graça e beleza entre aqueles que vivem bem com suas cabeças brilhantes, tenho mais um argumento. Já reparou que a maioria dos homens que começam a perder os fios correm pra academia? Como lei da compensação, enchem o corpo de músculos e aí, caramba, quem vai querer saber de olhar para a cabeça deles? Quem se importa com a falta de algo em cima, se o restante é pura ‘dilícia’? Eu não me importo. E é por isso que digo: quem tem seu careca gostoso em casa, agarre-o bem! Depois desse post, acho que vai ter muita mulher à solta por aí em busca de um careca pra chamar de seu.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

De volta às aulas

Nunca achei que pudesse ser tão doloroso... Tanto tempo parada... As máquinas evoluíram, o ambiente agora tem ar-condicionado. Para entrar, tenho que digitar uma senha. E, para que eu pudesse iniciar as aulas, tive que primeiro ser avaliada por um professor. Mas, em vez de me passar uma prova escrita, ele tinha em suas mãos um estranho aparelho que beliscava minhas dobrinhas.

Para piorar a situação, o professor achava que tinha mais de uma pessoa na sala me avaliando. “Nós vamos estar te fazendo algumas perguntas.” Nós quem, cara pálida? Doeu mais ainda em meus ouvidos quando constatei que, em vez de erudição, só saía de sua boca frases de telemarketing: “Agora estaremos medindo sua coxa. Agora estaremos verificando sua postura.”

Ué, coxa, postura? Que escola é essa??????

É, pessoal... Beirando os 40 anos, estou de volta às aulas... numa academia! E é tudo muito estranho... Acho que desde a adolescência não freqüentava uma sala de musculação. Mas, da mesma forma que minha mente tem sede por conhecimento (fico devendo a vocês relatar como foi, no ano passado, minha volta à faculdade), meu corpo tem fome (e que fome, meu Pai!) em voltar a ter um corpo, digamos assim, apreciável. Foi uma fome descontrolada que me fez chegar aonde estou quando subo na balança (não digo meu peso nem sob tortura!). E agora tenho que lidar com a fome, com a ânsia, com o desejo de poder voltar a usar uma calça jeans com blusa justa sem que me dêem o lugar no ônibus para eu sentar. Mas, como nada acontece por milagre, o jeito foi me matricular nessa escola que promete moldar o corpo em 12 lições.

Só que, como disse na primeira frase, nunca achei que pudesse ser tão doloroso... No primeiro dia (ontem), fiz 30 minutos de esteira e uma hora de aula de... IOGA! Acredite: sofri mais na aula de ioga do que na esteira. Meu corpo enferrujado não conseguiu aceitar os comandos da professora que nos pedia para esticar, torcer, alongar... Achei que fosse sair da aula com um nó no corpo todo. À tardinha, já comecei a perceber que minhas pernas, sobretudo os glúteos, estavam doloridos. Tudo culpa de uma simples aula de ioga...

Hoje fiz uns 35 minutos de esteira e estreei minha série de tortura, digo, de musculação. Me senti ridícula naqueles aparelhos. No meu entorno, só via homens e mulheres com corpos sarados e roupas de ginástica da moda. E eu com um shortinho de cotton e uma blusa de malha larga. Francamente!!! Paguei muito mico... Não sabia entrar nem sair dos aparelhos e o professor me olhava com cara de pena, como se estivesse lidando com a avó dele.

Fui embora da academia tendo feito apenas a metade das repetições da minha série. Mesmo assim, já na escada de saída, percebi que havia algo errado com minhas pernas. Elas não obedeciam ao meu comando. Pareciam rochas trêmulas. Se é que existem rochas que tremem... Mas era exatamente isso o que eu sentia: pernas pesadas e vacilantes. Cheguei em casa varada de sede (ainda bem que não era de fome) e fui direto abrir a geladeira. Pra quê... O simples esforço de abrir a porta me fez lembrar que meus braços tinham músculos, agora imensamente doloridos. Bem, pelo menos isso irá evitar que eu ataque esse depósito de guloseimas ao longo do dia de hoje.

É, querido leitor... Você não sabe o esforço que estou fazendo pra escrever este post... Até meus dedinhos doem. (Espero, então, que você reconheça o meu sofrimento e deixe um comentário pra mim.) Faço isso, porém, porque quero deixar aqui registrado que posso vir a me tornar uma quarentona daqui a 19 dias, que posso estar acima do peso que já tive até mesmo quando estava grávida, mas sou brasileira e não desisto! Quero (e preciso) fazer as pazes com o meu corpo se quiser chegar aos 50, aos 60, aos 70... E se para isso tenho que passar por sessões pagas de tortura, vamos lá!!!!

Como diria o velho Paulo Cintura nos anos 80 (época em que eu adorava ir à academia): içaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!