Sim, eu sou uma vitoriosa. Ao longo da minha vida, venho acumulando um êxito atrás do outro. Pouco me importa se, em meio a cada um deles, houve derrotas. Elas apenas me fortalecem para seguir adiante.
Antes mesmo de nascer, coloquei dentro da minha caixinha de vitórias a primeira de minha coleção. Minha mãe estava grávida de mim e contraiu rubéola. O médico pediu que ela interrompesse a gravidez, mas ela teimou que ia ter aquela criança não importava como ela viesse. No ventre, devo ter batido palminhas em comemoração! Quando nasci, vitória número 2: eu era um bebê perfeito. Quase perfeito. Nasci com um probleminha no baço, o qual o médico avisou ao meu pai: “Se essa menina viver até os sete anos, desse problema ela não morre mais.” E quem disse “vitória número 3”, bingo! Passei dos 7, dos 17, dos 27 e, se Deus quiser, completo 37 no ano que vem!
Embora não tenha contabilizado, uma grande vitória em minha vida foi ter nascido num lar amoroso, filha de uma mãe dedicada e de um pai nem tanto (mas um pai que se tornou meu grande amigo nos últimos anos da vida dele), neta de avós simplesmente maravilhosos, irmã de pessoas incríveis, mesmo com seus (muitos) problemas. Morava numa casa grande, num bairro ótimo. Tive babá, tive cachorro, tive (muitos) brinquedos. Freqüentei boas escolas, freqüentei colônia de férias, freqüentei cursos de línguas, de balé e de esportes. Cheguei à faculdade. Consegui trabalho na minha área. Viu quantas vitórias?
Acredito que a maior delas tenha sido formar a minha família. Fui superhiperultravitoriosa ao encontrar alguém como meu marido, após ter vivido sete anos com alguém que só me puxou para baixo e de ter experimentado algumas aventuras passageiras. Um homem bom, generoso, bonito, alegre, amigo, tolerante, inteligente, talentoso... Um homem que não teve medo de começar a vida ao meu lado do zero. Do zero mesmo, porque ambos estavam desempregados e só tinham um teto e um colchonete para passar as duas primeiras semanas da vida de casado. Fui vitoriosa quando compramos o fogão, quando ganhamos a máquina de lavar e a geladeira, quando adquirimos o nosso saudoso futom (ai, que saudades dele!), quando um amigo nos emprestou a tevê dele por seis meses e uma amiga, o som dela por mais tempo ainda. Vitórias atrás de vitórias... E elas aconteciam porque, nos momentos mais difíceis, nosso amor e nossa união falavam mais alto e criavam um campo fértil para que novas vitórias se estabelecessem.
Daí vieram o ápice das minhas vitórias até agora: Milana e Carina. Acho que na categoria “vitória” os filhos deveriam ser classificados como hors-concours. Gente, não há nada melhor do que filhos. Não há bênção maior, não há honra maior do que cuidar de um ser e torná-lo um homem de bem. Não é à toa que quero ter mais um filho (gerado ou adotado), para aumentar ainda mais minha caixinha de vitórias.
Outro filho que tive foi o livro que pude publicar. O dia do lançamento me trouxe tanta felicidade, semelhante ao nascimento das minhas filhas. Você pode achar fútil a comparação. Mas, afinal de contas, não é escritor e talvez nunca consiga entender o que estou dizendo. Somente quem tem o sonho de viver dos livros pode me entender... Por isso, essa também foi uma vitória muito comemorada. No quesito livros, então, quero escrever mais uns dez, vinte, trinta... Quantos forem possíveis. Aí está a vantagem dos livros em relação aos filhos: dá para ter uma penca! Mas, na minha vida, livros e filhos têm que andar juntos. Senão o sabor da vitória perde o gosto...
Outras vitórias na minha vida se encontram na minha fé, na minha religiosidade, no meu encontro com pessoas do bem, no meu contato com pessoas necessitadas, no meu esforço pelo aprimoramento moral, em tudo o que diz respeito à minha evolução espiritual. Nesse campo das vitórias, posso ter derrapado muitas vezes. E vou derrapar outras tantas. Mas é um caminho sem volta. É um caminho rumo à luz. E eu quero conquistá-la. Essa vai ser uma vitória que vai fazer a minha caixinha transbordar...
Como já deixei subentendido, tenho apenas 36 anos. E um mundo de vitórias a serem conquistadas pela frente. Quero comprar minha casa, quero viajar muito, quero ter o companheirismo do meu marido de volta (em corpo físico, não apenas no mental e no emocional – quero jantar com ele e depois assistir ao Jornal Nacional de mãos dadas no sofá, tendo nossos filhos brincando aos nossos pés), quero comprar meu sítio (e mais tarde morar nele), quero lançar meus livros e ter mais um filho (sei que já disse isso, mas vale a pena reforçar a idéia!), quero ajudar muita gente, quero ganhar muito dinheiro (sim, eu quero. Aceito essa prova de bom grado, tá, Deus?), quero ______, quero _______, quero ________, quero ________.
À medida que os anos passarem, vou preenchendo essas lacunas dos novos quereres que aparecerão. Porque a vida é feita de ciclos e, a cada volta, vislumbramos uma paisagem nova que puxa algo diferente de dentro de nosso peito. E daí as vontades mudam, novos objetivos se colocam à nossa frente. E ai de quem não estabelecer metas e não correr atrás delas! A vida passa e deixa na boca um gostinho de quero mais. Só que não vai dar mais tempo... As metas são o caminho que nos leva às pequenas vitórias do dia-a-dia.
O meu grand finale acontecerá quando, ao fechar dos olhos para a eternidade, perceber que a minha caixinha de vitórias se encontra abarrotada, e a de derrotas... Bem, as derrotas não chegaram a ganhar uma caixinha só para elas. Serviram apenas como aprendizado. Então, se foram aprendizado, também são vitórias, não é mesmo?
Antes mesmo de nascer, coloquei dentro da minha caixinha de vitórias a primeira de minha coleção. Minha mãe estava grávida de mim e contraiu rubéola. O médico pediu que ela interrompesse a gravidez, mas ela teimou que ia ter aquela criança não importava como ela viesse. No ventre, devo ter batido palminhas em comemoração! Quando nasci, vitória número 2: eu era um bebê perfeito. Quase perfeito. Nasci com um probleminha no baço, o qual o médico avisou ao meu pai: “Se essa menina viver até os sete anos, desse problema ela não morre mais.” E quem disse “vitória número 3”, bingo! Passei dos 7, dos 17, dos 27 e, se Deus quiser, completo 37 no ano que vem!
Embora não tenha contabilizado, uma grande vitória em minha vida foi ter nascido num lar amoroso, filha de uma mãe dedicada e de um pai nem tanto (mas um pai que se tornou meu grande amigo nos últimos anos da vida dele), neta de avós simplesmente maravilhosos, irmã de pessoas incríveis, mesmo com seus (muitos) problemas. Morava numa casa grande, num bairro ótimo. Tive babá, tive cachorro, tive (muitos) brinquedos. Freqüentei boas escolas, freqüentei colônia de férias, freqüentei cursos de línguas, de balé e de esportes. Cheguei à faculdade. Consegui trabalho na minha área. Viu quantas vitórias?
Acredito que a maior delas tenha sido formar a minha família. Fui superhiperultravitoriosa ao encontrar alguém como meu marido, após ter vivido sete anos com alguém que só me puxou para baixo e de ter experimentado algumas aventuras passageiras. Um homem bom, generoso, bonito, alegre, amigo, tolerante, inteligente, talentoso... Um homem que não teve medo de começar a vida ao meu lado do zero. Do zero mesmo, porque ambos estavam desempregados e só tinham um teto e um colchonete para passar as duas primeiras semanas da vida de casado. Fui vitoriosa quando compramos o fogão, quando ganhamos a máquina de lavar e a geladeira, quando adquirimos o nosso saudoso futom (ai, que saudades dele!), quando um amigo nos emprestou a tevê dele por seis meses e uma amiga, o som dela por mais tempo ainda. Vitórias atrás de vitórias... E elas aconteciam porque, nos momentos mais difíceis, nosso amor e nossa união falavam mais alto e criavam um campo fértil para que novas vitórias se estabelecessem.
Daí vieram o ápice das minhas vitórias até agora: Milana e Carina. Acho que na categoria “vitória” os filhos deveriam ser classificados como hors-concours. Gente, não há nada melhor do que filhos. Não há bênção maior, não há honra maior do que cuidar de um ser e torná-lo um homem de bem. Não é à toa que quero ter mais um filho (gerado ou adotado), para aumentar ainda mais minha caixinha de vitórias.
Outro filho que tive foi o livro que pude publicar. O dia do lançamento me trouxe tanta felicidade, semelhante ao nascimento das minhas filhas. Você pode achar fútil a comparação. Mas, afinal de contas, não é escritor e talvez nunca consiga entender o que estou dizendo. Somente quem tem o sonho de viver dos livros pode me entender... Por isso, essa também foi uma vitória muito comemorada. No quesito livros, então, quero escrever mais uns dez, vinte, trinta... Quantos forem possíveis. Aí está a vantagem dos livros em relação aos filhos: dá para ter uma penca! Mas, na minha vida, livros e filhos têm que andar juntos. Senão o sabor da vitória perde o gosto...
Outras vitórias na minha vida se encontram na minha fé, na minha religiosidade, no meu encontro com pessoas do bem, no meu contato com pessoas necessitadas, no meu esforço pelo aprimoramento moral, em tudo o que diz respeito à minha evolução espiritual. Nesse campo das vitórias, posso ter derrapado muitas vezes. E vou derrapar outras tantas. Mas é um caminho sem volta. É um caminho rumo à luz. E eu quero conquistá-la. Essa vai ser uma vitória que vai fazer a minha caixinha transbordar...
Como já deixei subentendido, tenho apenas 36 anos. E um mundo de vitórias a serem conquistadas pela frente. Quero comprar minha casa, quero viajar muito, quero ter o companheirismo do meu marido de volta (em corpo físico, não apenas no mental e no emocional – quero jantar com ele e depois assistir ao Jornal Nacional de mãos dadas no sofá, tendo nossos filhos brincando aos nossos pés), quero comprar meu sítio (e mais tarde morar nele), quero lançar meus livros e ter mais um filho (sei que já disse isso, mas vale a pena reforçar a idéia!), quero ajudar muita gente, quero ganhar muito dinheiro (sim, eu quero. Aceito essa prova de bom grado, tá, Deus?), quero ______, quero _______, quero ________, quero ________.
À medida que os anos passarem, vou preenchendo essas lacunas dos novos quereres que aparecerão. Porque a vida é feita de ciclos e, a cada volta, vislumbramos uma paisagem nova que puxa algo diferente de dentro de nosso peito. E daí as vontades mudam, novos objetivos se colocam à nossa frente. E ai de quem não estabelecer metas e não correr atrás delas! A vida passa e deixa na boca um gostinho de quero mais. Só que não vai dar mais tempo... As metas são o caminho que nos leva às pequenas vitórias do dia-a-dia.
O meu grand finale acontecerá quando, ao fechar dos olhos para a eternidade, perceber que a minha caixinha de vitórias se encontra abarrotada, e a de derrotas... Bem, as derrotas não chegaram a ganhar uma caixinha só para elas. Serviram apenas como aprendizado. Então, se foram aprendizado, também são vitórias, não é mesmo?
10 comentários:
Meu amor!
Que chique este blog!
Confesso que chorei ao ler o texto, já que também participei um pouquinho desta história. Sim, história com h, pq é realmente vitoriosa e merece ser tratada como tal.
bjks
Geo
Oi Ana, adorei!
É bem você mesmo!
Assim passo a conhecer um pouco mais da sua História, das tuas vitórias, para absorver um pouco mais do teu otimismo.
Abração,
Gisela
Legal! Gostei de ver como você descreveu um pouco da sua vida. Tenho certeza que a nossa amizade também foi guardada na sua caixinha de vitória. Afinal, colecionar amigos também é uma grande conquista.
Beijos da amiga de sempre,
Pat
Querida Ana, toda vez que leio um texto seu aumenta em mim a admiração que tenho por você.
Tiro do texto uma lição de grandeza que reflete sua personalidade.
Aqui você soube como mostrar o que realmente importa.
Com Ana Prôa não há inversão de valores.
Sinto alegria em ler suas crônicas e contos e, principalmente, em ter sua amizade e ser sua amiga.
PARABÉNS!!!
Rosária.
Oi Ana !
Como disse no meu e-mail convite, não conhecia bem essa ferramenta do blog, melhor, não conhecia nada.
Mas ontem quando li seu texto, fiquei tão encantado,tão entusiasmado, que larguei a preguiça e o cansaço de lado e corri para montar um também.
Agora descubro uma outra possibilidade. Essa do comentário.
E eu fico meio que entre honrado,feliz ou sei lá como definir, de o primeiro comentário do meu blog ser exatamente seu.A pessoa que me inspirou.
Não sei ainda muito bem o que vou fazer no meu blog,mas tenho certeza de que serei visita constante no seu.
Bjs
Fernando Goldman
Amiga,
PARABÉNS! Que texto lindo para o início de uma carreira de blogueira de mais outra vitória!
Agora poderemos continuar saboreando os seus textos para compensar sua ausência na Oficina.
Muitos beijos,
Rachel Bassan
Ana, seu texto é "mais que mais que uma canção, quisera fosse uma declaração de amor" a: vida, ao acaso, a fé, ao amor...Parabéns
Adriana Cappola
ANINHA "querida",
Não vou escrever um comentário cheio de "lembranças", mas como é bom ler este texto e saber que eu estive lá em alguns momentos e que estarei em outros....
Vc é vitoriosa "simplesmente" pela pessoa que é, por tudo que conquistou, e claro, por aquilo que ainda vai conquistar!
Sou sua fã de carteirinha de verdade! Mais uma vez digo que vc foi uma das poucas pessoas que tive um empatia enorme desde a primeira vez que te vi!
E é verdade, seu marido, suas filhas e família, são lindos e merecem tudo o que há de bom NESTA terra e em outras que ainda vamos conhecer!
ADMIRO vc demais!!!!!
Lembro da sua geladeira cor de rosa (SALMON, mais chique!) e de muitas outras coisas que passamos juntas!
Mesmo longe, saiba que tenho VC e TODA A SUA FAMÍLIA em meu coração e que sou TIETE TOTAL sua!
AMEI seu BLOG!!! Assim posso estar um pouco mais perto....
MUITA SORTE E SUCESSO! Vc merece!
Bjs, Claudinha!
Parabéns Ana,
O blog já começa soprando forte.
Aquele abraço,
Arthur
Ana, minha amiga de outras vidas, estou super feliz por você ter dado esse passo adiante! Parabéns! Sucesso! Li alguns dos seus contos e simplesmente ameiiiii... quando tiver tempo vou ler outros. Meu preferido até agora: "Colecionadora de vitórias".
Beijo, saudade
Nadia
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