Toda vez que eu atravessava a passarela de pedestres da Avenida Brasil para pegar o ônibus de volta para casa após um estafante dia de trabalho, aquela música ecoava em minha mente: “Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão...” Naquela época, na voz dos Titãs, ela era tema do casal Lucinha e Carlão de Pecado Capital. Seus acordes vibravam fortes no meu coração, principalmente na parte que dizia: “Toda pedra no caminho, você pode retirar...”
Eu precisava retirar as pedras que estavam atravancando minha vida naquele ano de 1998. A empresa que trabalhara durante anos havia falido e, no desespero, aceitei um emprego numa outra localizada num bairro horroroso, ocupando uma função aquém de minhas qualidades. Sem dinheiro, tive que vender meu carro. O jeito era encarar ônibus lotado para ir e vir, e, na volta, era obrigada a atravessar a assustadora passarela da Avenida Brasil, onde sempre cruzava com alguns sujeitos mal encarados. E ficava tonta ao olhar para baixo, com os veículos em alta velocidade deixando um rastro de gás carbônico e de barulho ensandecedor. Eu me sentia pequenininha... Só o que me fazia crescer era cantar dentro de mim a música do Roberto: “É preciso saber viver! É preciso saber viver!”
Tinha que acreditar que aquela fase ia passar. Não podia me revoltar! Tinha que acreditar que, assim como a Lucinha da novela, eu ia dar minha volta por cima profissional, ia vencer! E venci... Naquele período de idas e vindas sobre a passarela da Brasil, fui recompondo minha auto-estima pouco a pouco. Me enchi de fé e me abri para novas possibilidades. Alguns meses depois, pude retirar o espinho da flor que insistia em me arranhar: fui chamada para ser sócia de uma ex-colega da empresa falida, que estava montando seu próprio negócio. Não tive medo. Escolhi o bem, deixei o que me fazia mal para trás. E hoje escrevo com a certeza de que fiz a opção certa: nossa empresa segue de vento em popa. Não era preciso saber viver? Pois é, acho que aprendi.
Eu precisava retirar as pedras que estavam atravancando minha vida naquele ano de 1998. A empresa que trabalhara durante anos havia falido e, no desespero, aceitei um emprego numa outra localizada num bairro horroroso, ocupando uma função aquém de minhas qualidades. Sem dinheiro, tive que vender meu carro. O jeito era encarar ônibus lotado para ir e vir, e, na volta, era obrigada a atravessar a assustadora passarela da Avenida Brasil, onde sempre cruzava com alguns sujeitos mal encarados. E ficava tonta ao olhar para baixo, com os veículos em alta velocidade deixando um rastro de gás carbônico e de barulho ensandecedor. Eu me sentia pequenininha... Só o que me fazia crescer era cantar dentro de mim a música do Roberto: “É preciso saber viver! É preciso saber viver!”
Tinha que acreditar que aquela fase ia passar. Não podia me revoltar! Tinha que acreditar que, assim como a Lucinha da novela, eu ia dar minha volta por cima profissional, ia vencer! E venci... Naquele período de idas e vindas sobre a passarela da Brasil, fui recompondo minha auto-estima pouco a pouco. Me enchi de fé e me abri para novas possibilidades. Alguns meses depois, pude retirar o espinho da flor que insistia em me arranhar: fui chamada para ser sócia de uma ex-colega da empresa falida, que estava montando seu próprio negócio. Não tive medo. Escolhi o bem, deixei o que me fazia mal para trás. E hoje escrevo com a certeza de que fiz a opção certa: nossa empresa segue de vento em popa. Não era preciso saber viver? Pois é, acho que aprendi.
(Escrevi este texto para participar de uma promoção do O Globo que daria como prêmio dois ingressos para o show do Roberto Carlos. Fiz isso pela minha sogra – que é louca por ele – e ganhei! O tema era: "Que lembranças a música do Roberto Carlos traz pra você?" Daí inventei esta história.)
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