Chegou em casa com o sêmen ainda quente dentro dela. Afundou pensativa no sofá. Não havia como negar que tinha sido bom. Mas também não tinha sido uma maravilha. Apenas mais uma vez. Seu corpo estava acostumado há anos com o mesmo sêmen. Qualquer novidade, agora, gerava estranheza. Mas seu corpo haveria de se acostumar, até que ela encontrasse alguém que se tornasse costume dentro de si novamente.
O telefone toca. A essa hora? Com o coração iniciando descompasso, ela atende.
– Estou na porta da sua casa. Desce. Quero te ver.
Era ele. O dono do sêmen que seu corpo gostava.
– Não vou.
– Vem.
– Não vou.
– Vem.
Ela foi.
Entrou no carro. Ele disse estar com saudades. Apesar das incompatibilidades, algo no corpo dele ainda era extremamente compatível ao dela. Difícil apagar os anos passados juntos.
O carro começou a andar, como se sozinho. Já sabia o caminho de cor. Embicou na entrada do motel de sempre, mas ela disse “pára”.
Lembrou que, no cerne de seu corpo, havia algo ainda amornando. Estivera com um homem menos de uma hora antes. Não seria capaz. Leviandade, passou por sua cabeça.
Mas quando a cabeça de quem ama pensa, o coração faz questão de gritar o oposto. E ainda havia sentimentos ali que não a deixavam pensar. Os sentimentos eram confusos. Mas eram sentimentos.
Mandou que ele prosseguisse.
E que feliz seu corpo ficou ao sentir o sêmen amado! Recebeu-o com regozijo. Pediu mais. Teve mais. Embriagou-se.
E foi com ressaca que ela acordou no dia seguinte... Algo naquela mistura de líquidos seminais causou um rebuliço interno, com sérios efeitos colaterais.
O sêmen, ao encontrar outro em seu local de abrigo, encheu-se de ciúmes. Assim como o ácido corrói o alimento, ele começou a corroer os sentimentos que ainda restavam.
Não sobrou mais nada.
A partir daquele momento, ela estava, finalmente, liberta.
O telefone toca. A essa hora? Com o coração iniciando descompasso, ela atende.
– Estou na porta da sua casa. Desce. Quero te ver.
Era ele. O dono do sêmen que seu corpo gostava.
– Não vou.
– Vem.
– Não vou.
– Vem.
Ela foi.
Entrou no carro. Ele disse estar com saudades. Apesar das incompatibilidades, algo no corpo dele ainda era extremamente compatível ao dela. Difícil apagar os anos passados juntos.
O carro começou a andar, como se sozinho. Já sabia o caminho de cor. Embicou na entrada do motel de sempre, mas ela disse “pára”.
Lembrou que, no cerne de seu corpo, havia algo ainda amornando. Estivera com um homem menos de uma hora antes. Não seria capaz. Leviandade, passou por sua cabeça.
Mas quando a cabeça de quem ama pensa, o coração faz questão de gritar o oposto. E ainda havia sentimentos ali que não a deixavam pensar. Os sentimentos eram confusos. Mas eram sentimentos.
Mandou que ele prosseguisse.
E que feliz seu corpo ficou ao sentir o sêmen amado! Recebeu-o com regozijo. Pediu mais. Teve mais. Embriagou-se.
E foi com ressaca que ela acordou no dia seguinte... Algo naquela mistura de líquidos seminais causou um rebuliço interno, com sérios efeitos colaterais.
O sêmen, ao encontrar outro em seu local de abrigo, encheu-se de ciúmes. Assim como o ácido corrói o alimento, ele começou a corroer os sentimentos que ainda restavam.
Não sobrou mais nada.
A partir daquele momento, ela estava, finalmente, liberta.
3 comentários:
Estive aqui para ler sobre o Fluzão, aproveitei para ler esse que voce postou hoje de madrugada.
Beijos
Sabe o que me surpreende? A desenvoltura com que você escreve uma crônica, um conto romântico ou uma crítica. Você consegue dar o devido ritmo a cada estilo, prendendo a atenção do leitor. Neste aqui você me fez sentir o desconforto da personagem, porque eu vivi isso (mais confissões, ai, ai) algumas vezes. Vai descrever emoções e sensações bem assim lá na ABL! Beijão!
Anusca!!!!!!!!!!!!!!!!!
O que é isto?
Você tem duzentos anos?
Está dormindo no formol?
Onde arranja tanta bagagem?
Brilhante, genial ou estupendo, são palavras pobres para adjetivar este texto.
Um beijão,
Mª Teresa
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