Ela desligou o telefone. Já havia mandado um e-mail bem esclarecedor, mas era como se ele tivesse lido palavras sem nexo que esvaneciam em sua mente, sem atingir o coração. O coração dele, então, continuou batendo por ela. O dela, então... Também saía do compasso por conta dele. Mas uma decisão havia sido tomada: nada mais de alimentar uma história que era pura ilusão.
Mais uma vez, ela foi bastante clara. Seguiria sua vida junto ao homem que escolhera para amar e respeitar para todo o sempre, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Na terra e no mar...
O homem com quem ela conversava ao telefone não era esse homem. Havia entrado em sua vida como uma bóia salva-vidas jogada no meio do oceano de desilusões e solidão que seu casamento se tornara. À primeira vista, ela tinha que se agarrar a esta bóia. E quando suas mãos se sentiram seguras ao alcançá-la, experimentou o êxtase de ver que a bóia também a desejava. Estava sozinha, flutuando ao sabor das ondas, sem um corpo feminino a quem pudesse enlaçar.
Só que o inesperado aconteceu. Em vez de calmaria, o mar se tornou revolto. Ela, mesmo já dentro da bóia, inquietou-se com aquelas ondas traiçoeiras que vinham de todos os lados. O prazer de ter sido resgatada em alto-mar transformou-se numa ameaça ainda maior.
Foi então que ela avistou um farol. Lááááá longe... Brilhando sua luz compassadamente. Mas como chegar lá? Estava mesmo muuuuuito longe. Com a ajuda da bóia, foi nadando com pernadas lentas, mas decididas, rumo àquela luz. Custaria demais a chegar. Às vezes, ondas impiedosas a faziam recuar quilômetros... Nessas horas, tinha a sensação de que era melhor esquecer aquele farol. O seu farol! Mas tomava fôlego e seguia novamente em frente.
Até que finalmente chegou à praia. E qual não foi sua satisfação ao ver alguém tão conhecido saindo do farol. Ele... Aquele homem a quem ela havia feito sua promessa de amor eterno. Correu para ele, coração descompassado. Não sem antes tirar a bóia que envolvia seu corpo. Estava agradecida a ela por tê-la mantido viva. Por ter evitado que se afogasse em seus próprios sentimentos. Delicadamente, depositou a bóia ao sabor das ondas, para que pudesse salvar a vida de outro alguém.
Ela, então, se aninhou no abraço quente de seu amor e de lá não mais saiu.
Ao telefone, novamente, ela tentava explicar ao homem-bóia tudo isso... A importância que ele teve para salvar sua auto-estima, resgatar sua força de viver. Só que ela nunca havia pertencido a ele, nem ele a ela. Ela pertencia a um só. Alguém que ultimamente também devia estar vivendo sua tempestade em alto-mar. E agora as ondas da vida o traziam de volta para ela. Ambos haviam quase se afogado... Mas sobreviveram e se fortaleceram. Se o amor renasce das cinzas, por que não poderia renascer também das espumas do mar?
Ela desligou o telefone certa de sua decisão. Mas somente o tempo iria dizer se ela estava realmente certa.
Mais uma vez, ela foi bastante clara. Seguiria sua vida junto ao homem que escolhera para amar e respeitar para todo o sempre, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Na terra e no mar...
O homem com quem ela conversava ao telefone não era esse homem. Havia entrado em sua vida como uma bóia salva-vidas jogada no meio do oceano de desilusões e solidão que seu casamento se tornara. À primeira vista, ela tinha que se agarrar a esta bóia. E quando suas mãos se sentiram seguras ao alcançá-la, experimentou o êxtase de ver que a bóia também a desejava. Estava sozinha, flutuando ao sabor das ondas, sem um corpo feminino a quem pudesse enlaçar.
Só que o inesperado aconteceu. Em vez de calmaria, o mar se tornou revolto. Ela, mesmo já dentro da bóia, inquietou-se com aquelas ondas traiçoeiras que vinham de todos os lados. O prazer de ter sido resgatada em alto-mar transformou-se numa ameaça ainda maior.
Foi então que ela avistou um farol. Lááááá longe... Brilhando sua luz compassadamente. Mas como chegar lá? Estava mesmo muuuuuito longe. Com a ajuda da bóia, foi nadando com pernadas lentas, mas decididas, rumo àquela luz. Custaria demais a chegar. Às vezes, ondas impiedosas a faziam recuar quilômetros... Nessas horas, tinha a sensação de que era melhor esquecer aquele farol. O seu farol! Mas tomava fôlego e seguia novamente em frente.
Até que finalmente chegou à praia. E qual não foi sua satisfação ao ver alguém tão conhecido saindo do farol. Ele... Aquele homem a quem ela havia feito sua promessa de amor eterno. Correu para ele, coração descompassado. Não sem antes tirar a bóia que envolvia seu corpo. Estava agradecida a ela por tê-la mantido viva. Por ter evitado que se afogasse em seus próprios sentimentos. Delicadamente, depositou a bóia ao sabor das ondas, para que pudesse salvar a vida de outro alguém.
Ela, então, se aninhou no abraço quente de seu amor e de lá não mais saiu.
Ao telefone, novamente, ela tentava explicar ao homem-bóia tudo isso... A importância que ele teve para salvar sua auto-estima, resgatar sua força de viver. Só que ela nunca havia pertencido a ele, nem ele a ela. Ela pertencia a um só. Alguém que ultimamente também devia estar vivendo sua tempestade em alto-mar. E agora as ondas da vida o traziam de volta para ela. Ambos haviam quase se afogado... Mas sobreviveram e se fortaleceram. Se o amor renasce das cinzas, por que não poderia renascer também das espumas do mar?
Ela desligou o telefone certa de sua decisão. Mas somente o tempo iria dizer se ela estava realmente certa.