No grande apartamento, os quartos abrigam pai, mãe e irmãos. Todos embriagados num sono profundo. Na sala, embriagados de prazer, corpos frenéticos se movimentam. Na penumbra, não têm medo de serem surpreendidos. Ao contrário, o tempero do êxtase é justamente o perigo iminente.
Vindos de um show com acordes ciganos, se deixaram envolver pela magia. Na saída, a surpresa: o convite dela. “Vamos lá pra casa. Todos dormem.” Maior surpresa ainda foi o sim, corajoso.
Caminharam lado a lado entre sorrisos e silêncios cúmplices, numa preliminar do que estava por vir. Entraram no apartamento escuro, que escuro permaneceu. Fecharam a porta da sala, que dava para o grande corredor com os quartos. O isolamento acústico perfeito para o amor.
Ele sentou na poltrona. Ela sentou sobre ele. Por dentro de seu vestidinho curto e estampado, solto no corpo, uma mão começou a percorrer a pele tesa, jovem, livre de qualquer amarra. E o corpo dele teso também ficou.
De súbito, ela o puxou para o chão. E o fez deitar. Ainda com o vestidinho, subiu sobre ele. E se encaixou nele. E iniciou a dança do amor. Numa cadência ainda cigana. Ousada.
Inconseqüente, sem bloqueios, ele estava cego. Só via na escuridão a silhueta do vestidinho estampado se mexendo.
Era um encontro há tempos marcado, mas cheio de desencontros. Aquela madrugada era o Big Bang de uma paixão que estava enclausurada.
E explodiu... E o vestidinho curto e estampado ainda estava lá. Nem saiu do corpo. Foi o grande cúmplice e a única testemunha de tudo.
Depois daquela noite, os encontros se tornaram cada vez mais desencontros. Até que se perderam de vez.
Já faz tempo que a pele deixou de ser tesa, o vestidinho nem cabe mais nela... Mas ainda está lá. Guardado no armário tendo um cabide como moldura. Eternizando, como obra-prima num museu, aquele momento de loucura e beleza da juventude.
Vindos de um show com acordes ciganos, se deixaram envolver pela magia. Na saída, a surpresa: o convite dela. “Vamos lá pra casa. Todos dormem.” Maior surpresa ainda foi o sim, corajoso.
Caminharam lado a lado entre sorrisos e silêncios cúmplices, numa preliminar do que estava por vir. Entraram no apartamento escuro, que escuro permaneceu. Fecharam a porta da sala, que dava para o grande corredor com os quartos. O isolamento acústico perfeito para o amor.
Ele sentou na poltrona. Ela sentou sobre ele. Por dentro de seu vestidinho curto e estampado, solto no corpo, uma mão começou a percorrer a pele tesa, jovem, livre de qualquer amarra. E o corpo dele teso também ficou.
De súbito, ela o puxou para o chão. E o fez deitar. Ainda com o vestidinho, subiu sobre ele. E se encaixou nele. E iniciou a dança do amor. Numa cadência ainda cigana. Ousada.
Inconseqüente, sem bloqueios, ele estava cego. Só via na escuridão a silhueta do vestidinho estampado se mexendo.
Era um encontro há tempos marcado, mas cheio de desencontros. Aquela madrugada era o Big Bang de uma paixão que estava enclausurada.
E explodiu... E o vestidinho curto e estampado ainda estava lá. Nem saiu do corpo. Foi o grande cúmplice e a única testemunha de tudo.
Depois daquela noite, os encontros se tornaram cada vez mais desencontros. Até que se perderam de vez.
Já faz tempo que a pele deixou de ser tesa, o vestidinho nem cabe mais nela... Mas ainda está lá. Guardado no armário tendo um cabide como moldura. Eternizando, como obra-prima num museu, aquele momento de loucura e beleza da juventude.
7 comentários:
Ana, adorei! Esse texto fala daquela espontaneidade que se esvai com o tempo e a idade...
Ai, que lindo, Ana!!!!!!!
Adorei!!!!!
De uma poesia.....
Farei mais visitas e postarei mais comentários!!!!
Beijo grande
Eótico, ousado e sobretudo poético.
Um texto com a qualidade Ana Proa.
Bjs
Ana, se você soubesse como essa sala tem estória... mas nunca nenhuma descrita de maneira tão envolvente e poética.
Gostei muito. Cheguei a ficar emocionada (difícil de acreditar, não?)
Uh-huuuuuuuuuu!!!
Mandando bem ,como sempre!
Como chocólatra inteligente,vou deixar pra ler os outros amanhã. É assim que faço com os chocolates que ganho, como um poquinho a cada dia. Como o que é bom dura pouco, a gente tem que saber fazer render...
Maravilhoso, teso e terno ao mesmo tempo. Prosa poética da melhor qualidade. A intensidade nos mostra e lembra que cada segundo é um mundo e deve ser vivido com tudo. O que a vida nos deixa são os momentos, pendurados em cabides, no armário de nossa alma.
Parabéns!
QUE VESTIDO............BJS TESO
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